quinta-feira, 28 de novembro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 90

ÉPOCA 1995/96

Nova época, caras novas (Edmilson, Lipcsei e Mielcarzki), o mesmo espírito vencedor, ambição máxima. 












Da esquerda para a direita, em cima: 
Vítor Nóvoa, Paulinho Santos, Mielkarski, Edmilson, Emerson, Zé Carlos, Lino, Vítor Baía, Semedo, João Manuel Pinto, Jorge Costa, Aloísio e Silvino; Em baixo: Folha, Latapy, Bandeirinha, Rui Jorge, Bino, Domingos, João Pinto, Rui Barros, Lepcei, Jorge Couto, Drulovic e Secretário.

Boby Robson perdeu o arranque da época por causa de uma doença grave que o levou a ser hospitalizado no seu país. Augusto Inácio, seu adjunto, assumiu na sua ausência o comando técnico da equipa e fê-lo de forma demolidora, conseguindo nas primeiras sete jornadas, seis vitórias e um empate.

Regressou o inglês restabelecido da saúde à oitava jornada e a filosofia de ataque manteve-se, com Domingos finalmente a tirar partido e a consagrar-se o rei dos marcadores, galardão que demorou a regressar às Antas onze anos, depois da última conquista por Fernando Gomes em 1984/1985.

Nos 34 jogos do campeonato os Dragões obtiveram 26 vitórias, seis empates e duas derrotas, marcou 84 golos (melhor ataque) e sofreu 20 (melhor defesa). A primeira derrota aconteceu apenas à 27ª jornada, na Luz e só voltaria a perder na antepenúltima jornada, nas Antas frente ao Guimarães, quando o título estava já assegurado.
















Equipa titular que na 18ª jornada foi vencer a Alvalade, por 0-2, o Sporting. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Zé Carlos, Jorge Costa, Emerson, Edmilson e Aloísio; Em baixo: Secretário, Rui Jorge, Domingos, Paulinho Santos e Drulovic.


Fez uma prova brilhante, concluindo com 84 pontos, mais onze que o Benfica (2º) e mais dezassete que o Sporting (3º).

Uma das curiosidades desta época foi a utilização de cinco guarda-redes! E ainda assim foi a defesa menos batida.









Na imagem da esquerda para a direita: Vítor Baía, Silvino, Lars Eriksson, Vítor Nóvoa e Jorge Silva

As circunstâncias desta situação tiveram a ver, primeiro com a suspensão pesada e exemplar (não fosse ele jogador do FC Porto) a que Vítor Baía foi sujeito em função da resposta a uma agressão sofrida na 25ª jornada, em Campo Maior por um tal Pedro Morcela, dirigente do clube alentejano. Baía só voltaria a ser utilizado na última jornada.

Depois com a lesão sofrida pelo guarda-redes suplente Silvino, magoado em choque violento e mal esclarecido com o jogador do Benfica Mauro Airez (ou Mouro Airez?), no estádio da Luz, onde apenas jogou 5'. Silvino viria a ser operado dois dias depois a uma grave luxação acrómio-clavicular de grau dois. Entrou para o seu lugar o terceiro guarda-redes Vítor Nóvoa. Nas quatro jornadas seguintes Lars Eriksson, o guarda-redes suplente de Thomas Ravelli na selecção sueca, contratado de urgência, foi o escolhido. Na 33ª jornada entrou em acção o quinto guarda-redes, o jovem Jorge Silva que substituiu Silvino a três minutos do fim do termo do jogo, para se sagrar campeão.

O título foi alcançado na 30ª jornada, com a vitória do FC Porto nas Antas frente ao Salgueiros, por 2-0, que jogando à tarde ficou na expectativa do resultado do Benfica que se deslocava a Campo Maior para jogar nessa noite. Com o empate nesse jogo, o FC Porto tornou-se matematicamente campeão com quatro jornadas ainda por cumprir.


















Equipa titular que jogou frente ao Tirsense, na 31ª jornada, com o título já matematicamente garantido, vencendo por 2-4. Da esquerda para a direita, em cima: Matias, Quinzinho, Eriksson, João Manuel Pinto, Edmilson e João Pinto; Em baixo: Latapy, Folha, Rui Barros, Bino e Rui Jorge.

Coube ao Belenenses visitar o campeão na última jornada, a da consagração. De novo, os jogadores portistas subiram ao relvado de cabelos enfeitados com pinturas, prontos a dar o seu contributo a uma festa já anunciada. A multidão reuniu-se para agradecer aos seus ídolos e celebrar a hegemonia conquistada. Ganhar tornara-se uma saudável rotina mas este novo triunfo foi vivido com intensidade original.






















Equipa titular que subiu ao relvado das Antas, na última jornada do campeonato. Da esquerda para a direita: Vítor Baía, João Manuel Pinto, Emerson, Edmilson, Aloísio e Domingos; Em baixo: Rui Jorge, Rui Barros, Drulovic, Paulinho Santos e Secretário.

Os Dragões jamais se esqueceram das dificuldades, das calúnias, das perseguições, todos os anos renovados e quiçá refinados para que o objectivo não fosse alcançado. No final, as manifestações de júbilo representaram também o grito de revolta e a bofetada de luva branca aos detractores e frustrados deste país.

A presença de Vítor Baía na baliza, após prolongada ausência em função do castigo já referido, provocou uma onda de satisfação suplementar.

O FC Porto cumpriu a sua obrigação e abrilhantou os festejos com uma vitória por 1-0, encerrando com chaves de ouro o 15º título e o 5º bicampeonato.

Na Taça de Portugal o FC Porto foi afastado nas meias-finais, pelo Sporting. Antes porém, a equipa portista, apesar de encontrar pelo caminho equipas acessíveis, manifestou sempre muitas dificuldades para eliminar os seus adversários, excepto o da primeira eliminatória, o Amora, que foi goleado nas Antas por 6-0. Na eliminatória seguinte, o sorteio designou o União de Lamas, nas Antas e os Dragões não conseguiram melhor que um empate sem golos, após prolongamento.



















Equipa titular que empatou nas Anats com o União de Lamas. Da esquerda para a direita, em cima: Semedo, João Manuel Pinto, Paulinho Santos, Quinzinho, Silvino e João Pinto; Em baixo: Folha, Bino, Jorge Couto, Rui Barros e Bandeirinha.

No jogo de desempate, em Lamas, Bobby Robson não fez poupanças e a vitória por 1-3, foi o corolário lógico da superioridade portista.

Nos oitavos-de-final, os azuis e brancos voltaram a sentir dificuldades para ultrapassar o Sporting de Lamego, empatando 1-1, no estádio dos Remédios, após prolongamento, sendo obrigado a fazer novo jogo de desempate, no estádio das Antas, onde venceu por um magro 1-0.

Seguiu-se o Penafiel, nas Antas, para os quartos-de-final, com vitória portista por 2-0, perfeitamente normal.

Nas meias-finais, o sorteio designou como adversário o Sporting, nas Antas. O FC Porto não aproveitou o factor casa para decidir a seu favor a eliminatória. Começou por sofrer um golo aos 30 minutos, passando o resto do tempo à procura do prejuízo. O golo do empate foi conseguido aos 89 minutos, perante um adversário que defendeu a todo o custo a vantagem inicial. O prolongamento nada alterou pelo que o jogo de desempate em Alvalade foi necessário. Aí, num jogo muito cauteloso de ambas as equipas, venceu quem foi mais feliz, o Sporting, com um golo marcado aos 108 minutos, já no prolongamento portanto.

Para a Supertaça Cândido de Oliveira, o adversário foi também o Sporting. Jogada em duas mãos, foi necessário uma finalíssima para encontrar o vencedor.

Em Alvalade, num jogo típico de princípio de época, foi o FC Porto que se mostrou sempre o conjunto mais sólido, mais estruturado e o mais capaz de chegar à vitória, mas a ineficácia dos seu avançados, na hora do remate, acabou por determinar o nulo no marcador (0-0).





















Equipa titular que actuou em Alvalade, na 1ª mão da Supertaça CO. Da esquerda para a direita, Jorge Costa, Silvino, Aloísio, Secretário, Lipcsei, Emerson, Paulinho Santos, Edmilson, Folha, Rui Jorge e Domingos.

Nas Antas, numa tarde de Sol e um excelente espectáculo de futebol. Jogo aberto e as equipas a evidenciarem uma notável entrega e vontade de resolver a questão nos noventa minutos. O resultado foi uma igualdade a duas bolas, com o FC Porto a marcar sempre primeiro. 























Equipa titular, no Estádio das Antas. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Emerson, Zé Carlos, Edmilson e Aloísio; Em baixo: Semedo, Rui Barros, Domingos, Drulovic, Paulinho Santos e Secretário.

A finalíssima voltou a ser disputada em França, no Parque dos Príncipes. Já com a época terminada e o título no bornal, o FC Porto abordou este jogo de forma descontraída, com os seus jogadores a pensarem já nas férias, ao contrário do seu rival que jogava a salvação da época. E o resultado final ilustrou bem essa diferença de abordagem. Derrota por 3-0, sem apelo nem agravo.

Em termos internacionais, o FC Porto foi integrado no Grupo A da Liga dos Campeões, tendo como adversários o Nantes, o Aalborg e o Panathinaikos. Grupo acessível em teoria, mas que na prática não se confirmou. Em 6 jogos os Dragões apenas conseguiram uma vitória (2-0, nas Antas, contra a equipa mais fraca do grupo, os dinamarqueses do Aalborg), 4 empates e 1 derrota (0-1, nas Antas, contra os gregos do Panathinaikos). Os 7 pontos somados, deixaram-no  na 3ª posição do Grupo, atrás de Nantes (9 pontos) e Panathinaikos (12 pontos) e por consequência fora da Europa.






















Equipa titular que empatou (0-0), em Atenas, contra o Panathinaikos. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Emerson, Aloísio, Edmilson e Domingos; Em baixo: Secretário, Drulovic, Paulinho Santos, Rui Barros e Rui Jorge.










































(Clicar no quadro para ampliar)

A equipa técnica utilizou 28 atletas, nos 51 jogos das 4 competições em que o FC Porto esteve envolvido, aqui descriminados por ordem decrescente dessa utilização: Domingos e Folha (46 jogos), Drulovic e Emerson (45), Edmilson e Rui Barros (43), Aloísio (41), Paulinho Santos e Secretário (38), Latapy (35), Vítor Baía (34), Rui Jorge (31), Lipcsei e Jorge Costa (28), João Manuel Pinto (26), João Pinto (24), Bino (23), Jorge Couto (18), Zé Carlos (15), Quinzinho e Silvino (11), Mielkarski (8), Matias e Eriksson (7), Semedo e Bandeirinha (3), Vítor Nóvoa (2) e Jorge Silva (1).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos; Revista Dragões; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

1 comentário:

  1. @ Rui

    grande recordação, a da estória dos cinco guarda-redes.
    obrigado! pela partilha e por me teres feito recuar a um tempo onde (também) fui muito feliz - sobretudo «ao vivo e a cores» :D

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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