terça-feira, 13 de agosto de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 70

ÉPOCA 1978/79

Depois de debelado o prolongado jejum, o FC Porto, devidamente orientado não se deixou adormecer à sombra dos louros conquistados, partindo para a nova época ainda mais consciente que, na organização, no trabalho e na classe do seu plantel se encontrava o segredo para alimentar a ambição de repetir a conquista do título nacional e  reescrever a história com o segundo bicampeonato, lutando contra forças ocultas, quintas colunas e velhos do Restelo.

Aos poderes instituídos não interessava de forma nenhuma que a hegemonia do futebol português saísse da macrocéfala Lisboa. Os interesses e compadrios eram por demais saborosos para desaparecerem e a Comunicação Social lisboeta tudo fazia para destabilizar a equipa, lançando veneno e intriga.

Mas mais uma vez, contra ventos e marés, contra tudo e contra todos, apoiados por uma fiel e confiante massa adepta, o FC Porto demonstrou ser, sem margem para dúvidas a melhor equipa portuguesa, repetindo o título de campeão nacional, desta vez com mais um ponto que o Benfica e mais oito que o Sporting.
















Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Rodolfo. Óscar, Simões, Brandão, Gabriel, Lima Pererira, Duda e Gonzalez; Ao meio: Morais (adjunto), Pedroto (treinador), Torres, Zé Beto, Vital, Freitas, não identificado, Vieirinha, Marco Aurélio, Jairo, Teixeira, Freitas II, não identificado, Fonseca e Rui; Em baixo: Frasco, Octávio, Serginho, Teixeirinha, Fernando Gomes, Oliveira, Costa e Toninho Metralha.


José Maria Pedroto, sempre atento, enveredou por uma política de aquisições mais correcta e inteligente, adquirindo dos melhores jogadores do campeonato, imbuindo-os de grande sentido colectivo. Frasco (ex-Leixões), Costa (ex-Académico), Óscar  e Vieirinha (ex-Estoril), Lima Pereira (ex-Varzim) e Sérginho (ex-Feirense), foram os nomes mais sonantes.

Oliveira era o expoente, pela criatividade, rapidez de execução e profundeza atacante que dava à equipa; Frasco o dinamizador e organizador de jogo, um poço de energia num corpo aparentemente frágil; Costa , Rodolfo e Duda os «peões de brega» e Fernando Gomes o «matador» implacável. Era uma máquina de ataque virada para o golo, com muita objectividade e personalidade.

A discussão do título manteve-se até final, com o Benfica à espreita de uma eventual escorregadela portista, que não aconteceu. No último jogo, o da consagração, o FC Porto bateu o Barreirense por 4-1, nas Antas, bisando o título apenas com uma derrota, em Braga por 3-1, oito empates e vinte e uma vitórias. Marcou 70 golos e sofreu apenas 19 (melhor defesa do campeonato), somando 50 pontos.

Fernando Gomes, ao apontar 27 golos foi o melhor marcador do campeonato, vencendo a bola de prata pela terceira vez consecutiva.

Em relação às outras duas provas, a equipa não conseguiu estar ao mesmo nível, talvez por se encontrar demasiadamente focada no objectivo principal. Assim, na Taça de Portugal foi eliminada logo à primeira pelo Estoril, ao perder, fora de casa, por claros 3-0. Na Taça dos Campeões europeus, também não foi além da 1ª eliminatória. Goleada em Atenas por 6-1, num jogo completamente desastrado, a equipa portista ainda tentou reverter o resultado e a eliminatória nas Antas mas não foi feliz e apesar das imensas oportunidades não foi além de um insuficiente 4-1.

Pedroto utilizou 24 atletas, no conjunto das três provas, num total de 33 jogos, aqui referenciados por ordem decrescente da sua utilização: Fasco (33 jogos), Duda, Gomes e Teixeira (32), Oliveira (31), Rodolfo (28), Simões (27), Costa (26), Gabriel (25), Vital (24), Murça (22), Fonseca (19), Freitas e Marco Aurélio (16), Torres (14), Óscar (13), Vieirinha (12), Lima Pereira (10), Quinito (3), Carvalho, Gonzalez, Jairo, Serginho e Toninho Metralha (1).



















Na foto a equipa titular que se apresentou, nas Antas para se sagrar bicampeão nacional, na última jornada, contra o Barreirense. Da esquerda para a direita, em cima: Hernâni Gonçalves (preparador físico), Duda, Teixeira, Simões, Gabriel, Oliveira, Morais (adjunto) e Pedroto (treinador); Em baixo: Frasco, Fernando Gomes, Rodolfo, Murça, Fonseca e Costa.

Fontes: Livro Baú de Memórias de Rui Anjos

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