FICHA DO JOGO
A resposta à minha dúvida, colocada na antevisão deste jogo, que Porto iríamos ter em Coimbra, os bicampeões nacionais deram-na de forma pouco clara, apesar da confortável vitória. Nem foi um claro candidato ao título, com um futebol arrasador, nem foi o ex-candidato conformado com pose de quem atirou a toalha ao chão.
Foi antes um candidato, consciente das suas fragilidades actuais, capaz de gerir o controlo sobre o adversário, mas sempre à custa de um futebol pouco dinâmico, pouco intenso, pouco esclarecido, só contrariado uma ou outra vez, por um adversário muito fechado e pouco ambicioso.
A primeira parte portista esteve impregnada destes condimentos, a que se somou pouca criatividade, pouca velocidade e pouca eficácia. Jogo lento e denunciado, fácil de anular, especialmente para quem, como a Académica, se limitou apenas a destruir.
Mangala destacou-se por ter conseguido desbloquear o resultado, num lance em que se está a tornar um especialista. Ir à área contrária cabecear com perigo. Foi assim que surgiu o golo inaugural. Moutinho cruzou para a área e o francês, bem posicionado, saltou mais alto e cabeceou certeiro.
Já Otamendi, regressou à sua condição de patrão da defesa. Resolveu todos os poucos lances com uma limpeza e eficácia incríveis.
No segundo tempo o jogo parecia ir cair na mesma toada, mas acabou por se alterar um pouco. Os estudantes procuraram mais a área portista, abriram mais o seu jogo, permitindo aos Dragões criar mais lances de perigo e construir um resultado mais robusto.
Aos 52 minutos Lucho fez um passe magistral, a rasgar, para a área, onde apareceu Danilo, muito oportuno, a receber bem e a rematar melhor, atirando a contar.
Os azuis e brancos ainda viriam a conseguir o terceiro golo, depois de falharem algumas oportunidades. Coube ao jovem Castro o melhor golo do jogo. Aproveitando uma bola perdida à entrada da área, o jovem formado nas escolas do FC Porto surgiu solto e decidido, rematando de primeira e colocado, sem hipóteses de defesa para Ricardo. Gostei de ver a felicidade e o orgulho estampados no rosto de Castro.
Vitória justa, serena e importante, que mantém acesa uma ténue esperança de revalidação do título.
Os meus destaques vão par Otamendi e Mangala. O primeiro a defender e o segundo nas duas vertentes.