terça-feira, 6 de dezembro de 2011

INEFICÁCIA NA BASE DO ADEUS À CL

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)
Com o nulo no resultado do jogo de hoje, o FC Porto falhou a qualificação para os oitavos-de-final da Champions League, resultado que se fica a dever apenas e só à ineficácia dos seus avançados.

Os Dragões, muito bem apoiados por uma massa humana numerosa (46.512 espectadores) ruidosa e vibrante, mostraram muita vontade de fazer a festa, mas claudicaram no essencial, no sal do futebol, no orgasmo futebolístico, o golo.
Não foi por não terem sido criadas boas oportunidades para o alcançar. A verdade é que os azuis e brancos, perante o «autocarro» russo, conseguiram burilar uma mão cheia de ocasiões privilegiadas de chegar ao golo, mas a precipitação, a atrapalhação e a desconcentração, nuns casos e a superior exibição de Malafeev, o guardião russo, noutras ocasiões, abortaram a possibilidade de consagrar aquilo que eu considero uma das melhores exibições portistas desta época.
O FC Porto entrou forte e determinado, com Djalma a falhar logo aos seis minutos uma excelente oportunidade para facturar. O domínio e o controlo do jogo foram territoriais em toda a primeira parte, mas o muro defensivo russo conseguiu manter o nulo  na sua baliza, indo ao encontro das suas pretensões.

Vítor Pereira, ao intervalo, sem hesitações tornou a equipa mais ofensiva, colocando Kléber no  coração da área, Hulk foi para o seu lugar natural e James Rodríguez passou a actuar nas costas do ponta-de-lança. Por pouco esta aposta não deu os frutos desejados, com Kléber a tabelar com Hulk,  este em boa posição a falhar o alvo. Dois minutos depois James Rodríguez, à entrada da área também não acertou com a baliza.

O golo portista parecia iminente, mas a ansiedade e a precipitação estragava a concretização. Moutinho tentou de longe mas o guarda-redes russo foi sempre espectacular. Álvaro Pereira surgiu com muito perigo, solto de marcação, mas também atirou para fora. Perto dos 80 minutos James voltou a desperdiçar. A frustração começou a alastrar. Vítor Pereira tentou tudo.  Tirou Otamendi e lançou Belluschi, adiantou Rolando para a área contrária, jogando no fio da navalha. Foi então que o Zenit, aproveitando o desequilíbrio defensivo portista, apareceu então com muito perigo junto do último reduto azul e branco, mas Helton, Fernando e Maicon, desfizeram com muito empenho e muita classe as veleidades forasteiras.

O jogo terminaria sem glória mas com honra. O FC Porto não foi feliz mas merecia melhor sorte e melhor resultado. Fica no entanto a dever a si próprio o falhanço da qualificação.

Resta-lhe defender o título conquistado na época passada, na Liga Europa.

Não me parece justo destacar individualmente qualquer exibição. Acho que todos cumpriram, em atitude, raça, querer e ambição. A única falha, repito, foi a ineficácia e quem não marca, por muito bem que  jogue, não ganha.

Não posso deixar de fazer uma referência muito especial à mole humana que se deslocou ao Dragão. Foi exemplar em apoio, dedicação e sacrifício, numa altura em que a crise que abala o país nos deixa a todos de tanga.


5 comentários:

  1. O FC Porto fez um grande jogo. Merecia ter ganho e o Zenit deve ao seu guarda-redes o empate conseguido no Dragão. O FC Porto teve mérito para poder seguir em frente na Liga dos Campeões. Não ficou eliminado por causa deste jogo, mas sim por outros que deveria ter ganho e não ganhou. Caso das partidas com o Apoel.

    Se as consequências a nível financeiro são más, já a nível desportivo nem por isso. Pelo contrário, temos equipa para fazer uma grande Liga Europa.

    Abraço.
    BIBÓ PORTO!

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  2. Faltou Fucile, para o lado direito ter um lateral de verdade, que na teoria daria mais velocidade, qualidade e profundidade ao ataque por aquele setor.
    Maicon é bom rapaz, defende bem e é esforçado, mas Fucile é de raiz e faltaram as jogadas de linha de fundo feitas por um lateral de verdade.

    VP só errou em 2 coisas: no Fucile e no (mais uma vez) inoperante Varela.

    Mas se calhar, quando derem pela coisa, abocanhamos o 8º título internacional:-)

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  3. …Pois é! No fundo, no fundo já lá vão dois objectivos… A “vitória moral” de hoje não nos serviu de nada. A Champions foi às urtigas. E a responsabilidade é de quem lá esteve, também hoje. As “vitórias morais” não apagam as derrotas impensáveis.

    Abraço.

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  4. Bom dia,

    Ontem tivemos atitude, garra e lutamos pela vitória, por isso os atletas estão de parabéns.

    Todavia, mais uma vez ficou evidente a falta de um goleador, que materializasse o jogo ofensivo.

    Está a nu o grande erro da SAD, que além de ter perdido desportivamente Falcao, também se sabe pelo relatório e contas, que fez um péssimo encaixe financeiro, encaixe este que não permitiu contratar um goleador à altura dos pergaminhos do clube.

    Taça de Portugal e Champions já se foram, com maior perda nesta última. Teremos necessariamente de vender jogadores para equilibrar o orçamento vindouro e tapar buracos deste.

    Abraço

    Paulo

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  5. Entrando com a atitude correcta, a que se juntou uma qualidade de jogo que ainda não tinhamos visto, a este nível de exigência, o F.C.Porto fez a sua melhor exibição da época e só não conseguiu o triunfo porque não foi eficaz e, não posso deixar de o dizer, porque Hulk, quando precisavamos dele em grande, teve uma noite apagada, longe do que pode e sabe fazer.
    No mais, pressionamos, dominamos, atacamos e banalizamos uma boa equipa. Para além disso, criamos e desperdiçamos, várias oportunidades, que nos dariam uma vitória, que pelo que jogamos, era mais que justa. O que se pode dizer mais?
    Era preciso atitude, tivemos atitude; era preciso dar tudo, deixar a pele em campo, demos e deixamos; era preciso jogar bem, jogamos; tinhamos de ser organizados e concentrados, fomos; tinhamos de ser criativos e diversificar, para desmontar o autocarro russo, fomos e diversificamos; quando tinhamos de arriscar tudo, arriscamos; enfim, faltou, como disse, eficácia e porque não dizê-lo, uma pontinha de sorte, que hoje não protegeu os audazes.

    Quando se joga tão bem e a equipa funciona em conjunto, não apetece destacar ninguém, mas houve gente que jogou muito: Moutinho, Fernando, Rolando, Otamendi, Alvaro, James, Djalma e um Super-Maicon, a jogar a um nível que surpreendeu até os seus mais acérrimos críticos - Helton não teve que fazer; Defour esteve abaixo do que fez nos dois últimos jogos; Kléber cumpriu; Varela também; Belluschi entrou quase no fim; e de Hulk já disse tudo.
    Nada a dizer de Vítor Pereira. Preparou bem o jogo, fez o que tinha a fazer. Quando é assim...

    Estamos fora da Champions e naturalmente, estamos tristes e desiludidos, desanimados. Mas se é verdade que pelo que fizemos hoje merecíamos continuar, também é verdade que o que hoje sobrou no Dragão, faltou em outros jogos. Mas não vale a pena olhar para trás. O que não tem remédio, remediado está. Agora é levantar a cabeça, olhar em frente e abordar os próximos jogos da mesma maneira. Hoje fomos Porto e por isso a equipa saiu do campo aplaudida por um público que é exigente, mas justo e generoso. Amanhã temos de manter a mesma atitude, a mesma determinação e encarar os jogos da mesma forma. Os próximos adversários, Beira-Mar e Marítimo, os dois jogos que faltam antes da pausa natalícia, têm de ser vistos, tratados e trabalhados da mesma maneira que foi o Zenit. Se for assim, será mais fácil ultrapassar a tristeza e rapidamente entraremos no rumo certo. O rumo que nos levará a conseguir triunfos importantes: campeonato e Liga Europa, novamente. Porque não?

    Nota-final:
    O rafeiro vira-latas teve o tratamento que mereceu e só sobressaiu no final do jogo e em mais uma cachorrada.

    Abraço

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