sexta-feira, 22 de julho de 2011

TRABALHAR GANHANDO, PARA AFINAR A MÁQUINA

Em mais um teste de preparação da equipa para a nova época, o FC Porto foi a Vila do Conde vencer o Rio Ave, por 3-1, com uma exibição agradável, a patentear boa ligação entre os sectores e alguns nacos de bom futebol.

Sem Hulk e os restantes internacionais sul-americanos que estiveram e estão envolvidos na Copa América e Mundial Sub20 (Guarín, Falcao, Álvaro Pereira, Cristian Rodríguez, James Rodríguez e Iturbe), os Dragões foram iguais a si próprios.
O FC Porto entrou forte, dominador, com muita pressão alta e boa circulação de bola, exibindo um futebol ofensivo denso, envolvente, fluído e asfixiante que lhe rendeu dois belos golos e uma bola no poste, durante a primeira quinzena de minutos. Neste período, destaque para a rapidez e técnica de Djalma, a aparecer com relativa facilidade em zona de remate, mas a ser desastrado na conclusão, também para Kléber, uma seta apontada à baliza, beneficiando da sua estatura, do seu remate espontâneo, do seu bom jogo de cabeça e sobretudo da sua codícia pela baliza.
Na primeira meia hora, os azuis e brancos, mantendo-se fiel aos princípios de jogo da época passada, não permitiram ao Rio Ave grandes veleidades. Depois, o ritmo de jogo foi baixando e os vilacondenses beneficiaram desse facto para aproveitarem uma desatenção de Fernando que, displicentemente perdeu a bola em zona proibida (custa a aprender!), obrigando o guarda-redes Bracali a cometer falta passível de grande penalidade, que João Tomás não falhou. Até ao final da primeira parte o jogo perdeu qualidade.

Na segunda metade, com as muitas substituições, o jogo perdeu intensidade com o FC Porto sempre no comando da partida e até a ampliar o resultado numa boa jogada de Fucile, do lado esquerdo. O uruguaio subiu no seu corredor, desembaraçou-se de dois adversários, cruzou com peso, conta e medida para a área onde surgiu, com toda a oportunidade e precisão, Kléber a cabecear para o golo.
Bom ensaio para o próximo encontro, no Domingo, contra o Penãrol, que servirá de apresentação do plantel.

FICHA DO JOGO:

Rio Ave 1 FC Porto 3

Palco do Jogo: Estádio dos Arcos, Vila do Conde
Data/Hora: 21 de Julho de 2011, às 20,30 H
Árbitro: João Lamares - A.F. Porto

Rio Ave: Paulo Santos (Huanderson 46'); Zé Gomes (Jeferson 46'), Eder (Tiago Costa 46'), Gaspar e André Dias (Tiago Pinto 46'); Bruno China (Tarantini 46'), Vítor Gomes (Dinei 46') e Braga (Jorginho 46'); Pateiro Wires 46'), João Tomás (Feliz 46'-Rafinha 85') e Saulo (Gilmar 74').

Treinador: Carlos Brito

FC Porto: Bracali (Beto 46') ; Sapunaru (David 75'), Rolando (Sereno 60'), Otamendi (Maicon 60') e Fucile (Addy 60'); Fernando (Souza 46'), João Moutinho (Belluschi 60') e Rúben Micael (Castro 60'); Silvestre Varela (Christian Atsu 60'), Kléber (Walter 60') e Djalma (Kelvin 68').

Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 1-2
Marcadores: Kléber (7' e 59'), João Moutinho (12') e João Tomás (35' g.p.)
Disciplina: Cartão amarelo para Addy (76')

Destaques (positivos):

João Moutinho - fez um grande golo, de canto directo. Feliz mas muito inteligente, tirando partido do forte vento que fazia. Foi pendular, como de costume e esteve sempre bem;

Kléber - Parece ser uma aposta ganha. Seta sempre apontada à baliza, codicioso, remate espontâneo, boa estatura e bom jogo de cabeça. Precisa aperfeiçoar a recepção de bola.

Djalma - Rápido, bons pés, aparece com facilidade e a propósito na zona de remate. Mas não chega. Tem de corrigir esse grande defeito que deita o seu esforço todo por terra: a conclusão! É impressionante... até ridícula a forma desastrada  com que remata à baliza!

Destaques (negativos):

Num jogo em que a defesa não foi posta à prova, notou-se num ou dois lances a péssima colocação dos centrais. Acho que continua a ser a zona mais fraca da equipa, a necessitar de um «patrão», uma «voz de comando».

Fernando - Para quem deseja mudar de ares, para um campeonato mais competitivo, necessita de melhorar muito. Aquela perdida de bola, em zona proibida, é uma asneira indesculpável, principalmente num atleta que se considera uma vedeta.

OS NOVOS:

Ainda é cedo para tirar conclusões, até porque só vi este jogo. No entanto, posso desde já perceber a razão da insistência na contratação de Kléber, um avançado prometedor com ainda muita margem de progressão; Djalma vai ter dificuldades em impor-se se não for capaz de corrigir o seu grande defeito, o remate. Bracali é um guarda-redes de créditos firmados, mas se Beto não sair, vai ser o guarda-redes... da Taça da Liga; David, Addy e Christian não acrescentam nada de novo e serão certamente emprestados; Castro é bom jogador, mas parece demasiado preocupado em mostrar serviço. Joga com demasiado frenesim. Precisa acalmar e colocar em campo o seu futebol inteligente e profícuo; Kelvin parece-me bom tecnicamente, mas ainda o vi jogar muito pouco. A rever.

1 comentário:

  1. Com o vento forte pelas costas, o F.C.Porto sem Hulk - consequência da expulsão frente ao B.Monchengladbach e a prevenir um futuro castigo? - e com Moutinho a capitão, entrou forte, mandão, avisou, desperdiçou e marcou por Kléber, que segundos antes tinha perdido um golo cantado, a passe açucarado de Varela. Depois e até ao intervalo, não vi mais e portanto não sei se o domínio continuou, se não, o que aconteceu, embora nos sites dos jornais online, fiquei a saber que marcamos o segundo golo, por Moutinho e numa infantilidade de Fernando - parece que começa a época como a acabou, mal! -, que obrigou Bracalli a fazer penalty, o Rio Ave reduziu. Na segunda-parte fui vendo a espaços e vi algumas facilidades defensivas, principalmente pelo ar e na zona dos centrais, mais um belo golo de Kléber e vieram as substituições... A partir daí não vi mais nada.

    Do que vi, gostei muito de Djalma, Kléber e Moutinho.
    Fernando: acho extarordinário que um jogador que ainda tem tanto para crescer, ache o F.C.Porto uma bota demasiado pequena para o seu pé. Não sei quem o anda a aconselhar, mas se me pedisse a opinião, dizia-lhe que se só pensa na pasta, então até pode ir para um clube que luta para não descer em Espanha, Itália ou Inglaterra, mas se pensa em clubes de grandeza igual ou superior ao F.C.Porto, então que esteja quietinho e trate de evoluir, que ainda tem muito que aprender.

    É importante ganhar porque as vitórias ajudam sempre a moralizar as "tropas", mas, fundamentalmente, estes jogos servem para dar minutos, ritmo, ver a evolução, para e se necessário, corrigir.
    Estamos no bom caminho.
    Um abraço

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